Foto:https://outlook.live.com
JOSIANE MARTINS
( Pará )
Escritora e professora, fotógrafa, pintora
Mora em Ananindeua, no Pará.
Autora do livro Menina do Mato e outros poemas anfíbrios.
VII ANUÁRIO DA POESIA PARAENSE. Airton Souza organizador. Belém: Arca Editora, 2021. 221 p. ISBN 978-65-990875-5-4
Ex. Antonio Miranda
O que a poesia faz
Desafiam a dor
No chão do batente
Córregos latentes
Sem fugas longas demais
Noturna solidão nos igarapés soturnos
A mesma sensação com figuras repetidas em sonhos
É porque o entrelaçar dos dedos é o mesmo
Em todo globo
Em todas as frases fingidas
das poesia lunares
solitudes da vida que culmina em letras comprimidas
viagens no tempo
são apenas versos
no inverno do caderno
contendo meus sentimentos sempre à espreita
de um novo momento com o pensamento
simples andanças sem mudar-se
a fixar
miragens que a poesia traz da lua
e da rua
dos postes
e das praças com seus relógios coloniais.
Migrações & Lajes
São espaços vazios
que o cotidiano investe em criar
A cada ida e vinda
Um novo espaço a alagar
no mesmo lugar de sempre.
A cidade é areia movediça,
de prédios, caixas e centenas de antenas.
Mesmo que o mundo te ofereça um lugar comum,
mapeia o lugar e crava uma placa no mapa
A viagem é possível mesmo na inércia.
São muitos lugares
sem rotas.
Numa cidade invisível, migrei.
Em cima da laje.
No poento mais alto da cidade,
sem sentido, aflorei.
No mar de Calvino,
sem ilhas urbanas em mim, atraquei.
O sinônimo das urbanidades,
descrições das pobres lajes.
Quem se importa com casa torta?
A vida passa reta
E ninguém mais sabe quando vamos
ter um canto
um terreno em oferta.
*
VEJA e LEIA outros poetas do PARÁ em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/para/para.html
Página publicada em março de 2022
|